Mulheres em Chamas
sábado, dezembro 13
  Nenúfar




espaços em branco

sento-me cansada na cadeira que me respira
abro a janela exausta de chuva e de vento
fumo pela última vez o derradeiro cigarro
que me matará de tanto que mo afirma

enrolo-me em metáforas já gastas
tão doces como um feto morno
num ventre feito de amor

escondo-me na cortina do fumo mortal
que me envolve em nevoeiro e bruma
pano vermelho com aroma a memórias de infância
aquece-me os dias que se perdem do sol
alimenta-me de sustos e medos

tento respirar dentro de água
serei nenúfar de romance surrealista
morrerei de sede
por não saber onde fica a nascente dos sonhos

deito-me na nuvem que invento
branca
espaço em branco que existe ainda (dizem)
por inventar
 
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Uma mulher na corda da roupa sem rede, debitando sonhos, tretas e outras coisas sem interesse geral

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