Mulheres em Chamas
sábado, dezembro 13
  Poema de amor com cidade e rio ao fundo



Volto às vielas antigas onde as palavras já foram gritadas

Becos e ruas formam o palco de um história sonhada

Inventei um amor, e dele dei conta à minha cidade.

Murmurei-o ruidosamente, sempre pela calada da noite.

Passeei na calçada portuguesa.

E roubei uma linha ao Poeta - A minha Pátria é a Língua Portuguesa.
Agarrei nessa linha e cosi-a ao meu vestido de organdi. Coloquei-lhe uma estrela na gola. Vesti-me de Festa.
Desci a travessa inclinada, com o azul no fundo dos meus olhos.

Naveguei num veleiro com gaivotas por tripulação, olhando para a foz de todos os rios. Este, que me ama e me chama, é apenas - O rio que passa na minha aldeia -

Na outra margem da cidade

Navegas, para te perderes, um olhar que se encontra com o azul quase lilás que trago de outros lugares.

Vejo-te mergulhar no desejo do abismo.

Apanho-te no salto e embalo as tuas tristezas suaves em ternuras dos gritos dos golfinhos.

Já não há margens. As cidades desapareceram. Fica-nos o mar.

 
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Uma mulher na corda da roupa sem rede, debitando sonhos, tretas e outras coisas sem interesse geral

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