Pai
A minha memória os meus olhos
povoas os nossos esquecimentos plenos de sons e cores
a tribo continua à tua procura
por entre florestas exóticas e tropicais
e mares turbulentos ainda por navegar
tu caminhas o azul dos teus olhos
avanças o destino que escreveste
nas linhas brancas da tua estrada
que sempre te acolheu
calo, suor e apenas o branco da tua camisa
aroma forte que inunda as almas pequeninas
assustadas, à procura de uma linha no meio da estrada
deixaste-me a missão de cumprir o teu azul
pego na minha palete de cores
misturo as lágrimas cor de cinza
com os sorrisos cor de gargalhadas
e consigo uma cor parecida com a tua
nunca será o branco da tua camisa
nunca terá a tristeza brilhante do teu olhar
nunca será o dourado da tua presença
nunca será a macieza das tuas mãos
a minha cor é doce
tão doce e suave que arranca um sorriso triste
misturei tão bem esta nova cor
que podemos hoje pintar uma tela em branco
hoje pintei um quadro poema para ti
e sei que sorris
como eu? cada um na sua cor?