Mulheres em Chamas
sexta-feira, março 19
  Pai

Olhos de Azul

num dia de paz
regresso à praia do meu desejo
regresso à luz e à cor da alma que possuo ainda
retorno a mim, desço ao fundo do mar
mergulho no oceano da paixão.

procuro em nuvens de pó
arrisco estradas de areia quente
guia-me o som mágico das sereias
conduzo por cima das crateras lunares

chego enfim ao paraíso reconquistado

a praia acolhe-me, reconhece-me, sou bem vinda.

Eu a minha tribo estamos em casa. Neste areal encantado escondidos do mundo, estamos parados no tempo. Não há rádio, não há toques polifónicos, não há aromas intensos e tropicais, saídos de bisnagas compradas na grande catedral de superfície de consumo.
Nesta praia dourada, não há ouro à volta dos braços das mulheres, nem rolex enfeitando os pulsos dos homens. Nesta praia dourada, adornamos os corpos com o verde macio e viscoso das algas e usamos o perfume do iodo e da maresia. Cobrimos a pele de areia e deixamos que as ondas nos lavem os olhos.


e tu chegas ao ouro que se faz da areia amada pelo sol.
e tu vens trazido pelo azul das ondas que embalam o teu sorriso tímido
e tu vens sempre que o azul do mar é igual aos teus olhos
e tu vens e abençoas a minha tribo
que é a tua.

E estamos contigo na tristeza infinita desses olhos que tão bem conhecem a palavra amar.
 
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Uma mulher na corda da roupa sem rede, debitando sonhos, tretas e outras coisas sem interesse geral

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