Mulheres em Chamas
sábado, março 13
  Um sábado qualquer

chega a noite em delírio de sons de jazz
guiei um carro em tons de prata
por estradas em cores de surpresa
naveguei pelo meu dia de espanto
vi-te ao virar da esquina da cidade velha
sorri-te com o corpo que trazia comigo
nesse dia de todos os momentos
não vestia vermelho
não trazia as estrelas nos olhos
não calçava os saltos de agulha

era eu despida de todos os eus
era eu nua de máscaras
era eu no dia de hoje
tão mágico como o teu olhar de adeus

amei o sol que me beijou
amei-o em teu lugar
amei os homens todos que me desejaram
não fui de nenhum
fui de todos os tesões que provoquei
fui do sol fui da rua
sacudi o cabelo e segui em frente

vesti-me de negro dos olhos que me matam
pintei-me das cores que me chamam para as noites
dancei as músicas que vivem na minha alma

desprezei os homens
amei uma menina mulher que se senta no meu colo
amei uma irmã gémea do outro lado do meu espelho
amei uma outra mulher que se despede da vida
seduzi as horas que me deixam deserta.

esqueci-me de mim mais uma vez
voltarei numa outra estação fora de tempo.



FOTOGRAFIA DE 
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Uma mulher na corda da roupa sem rede, debitando sonhos, tretas e outras coisas sem interesse geral

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